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Namorado(a) dormir na casa dos pais: sim ou não?

Este tem sido um tema que tem gerado muitas dúvidas e controvérsias. Há o grupo dos que dizem que:

- se estão fazendo, melhor que seja em casa;

- o grupo que fala da segurança dos filhos e o dos que acham que não devem por causa dos valores e limites familiares.

Vejamos cada grupo em separado:

O primeiro que defende o “já estão fazendo, que seja sob meus olhos”. Até onde este grupo de pais está disposto a facilitar a vida dos filhos e a vigiá-los? E se o “estar fazendo” se referir ao álcool, às drogas e a contravenção, eles também reforçarão e abrirão as casas para que os filhos pratiquem o uso? Pode parecer que seria um exagero falar desta forma, porém é este tipo de frase que escuto em meu dia a dia; seja ela referente à sexualidade ou ao uso de drogas “inocentes”.

O segundo grupo, que justifica por ser uma questão de segurança. Será que vivemos seguros 24 horas por dia, mesmo dentro de nossas casas? Viver é um risco, mesmo com guarda-costas ou carros blindados. Estamos inseguros. Isto só seria aceitável se os pais garantissem que nunca, nada de mal acontecerá aos filhos. E, se não enfrentar a vida como aprender a vivê-la?

O terceiro grupo, por mais que pareça retrógrado e velho, é o que mais se preocupa com a saúde física e psicológica dos filhos. Tudo que os pais fazem serve-lhes de referencial. Excetuando-se os pais autoritários, déspotas e desequilibrados, as verdades ditas por eles são modelos que merecem crédito. Os jovens aos quais os pais impõem este limite de forma carinhosa e respeitosa sabem que eles o fazem por prezarem seu bem estar, porém esses pais têm se sentido culpados por fazerem parte deste grupo.

Quando se impõe “limite” à sexualidade livre se está ensinando ao filho a tolerância, o saber esperar e, com isto o aprendizado no lidar com o sexo; à prática de uma sexualidade consciente e saudável e não instintual.

Os jovens mal se conhecem como pessoas e já estão transando e praticamente mudam-se nos fins de semana (quando não a semana inteira) para casa do outro. Começam a vida pelo simples prazer, sem responsabilidades. Queimam etapas. Com meses (bem poucos) de namoro, vivem como casados, perdem a individualidade, impõem-se restrições, invadem a privacidade dos pais (porque eles permitem, é claro). Quando os filhos não chegam antes e eles resolvem “casar”, os casamentos não duram. Os casamentos atuais, sob estes moldes têm sobrevivido, quando muito, em torno de 02 anos.

A felicidade implica em meta, prazer, e engajamento. Os casamentos têm começado pelo prazer e, como muitos acontecem por um estar “acostumado ao outro” e não foram baseados em afetividade, objetivos e compromissos, quando advém as responsabilidades de uma vida a dois, no dia a dia, eles não resistem.

A base fraca sucumbe ao cotidiano, porque a imagem e a paixão entre os dois já se desgastou.

Relacionamentos no geral, e o casamento em particular são uma construção. Existem etapas a serem vencidas, como tudo na vida.

Ter um filho, construir uma família é um ato de responsabilidade amorosa. Exige planejamento, base, determinação.

Se as decisões são tomadas no afã do tesão sexual, não há comprometimento. Se, com uma semana, um mês de namoro o namorado (a) de seu filho (a) já está dormindo com ele (a), na sua casa, a mensagem embutida nesta concessão é que a vida é só prazer, que o desejo sexual tem de ser satisfeito logo e, com isto, cria-se gerações de jovens tolerância zero, responsabilidade idem e adultos deprimidos por não terem aprendido a lidar com os limites do dia a dia.

E, se estão juntos só por prazer, sem responsabilidades, sem contas a pagar, pra que casar mesmo? (Entenda-se casar como a decisão de viver juntos, não como a cerimônia em si) Este é um dos motivos pelo qual os filhos só saem de casa após os 30 anos, entre outros.

Respondendo a pergunta título deste artigo, a resposta seria não. Se permitir, ponderem algumas regras, discutam autoestima, auto valorização, aprendizado e independência madura.

Regina Célia Dantas Gama

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