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Regressão da memória – Parte II

Continuando a falar de regressão de memória, imagino que vocês devem ter se perguntado: não se falou a respeito de vidas passadas? E reencarnação? É preciso acreditar em reencarnação?
Em verdade, quando me refiro à regressão de memória, prefiro falar em vivências passadas, pois estas abrangem todo conteúdo de inconsciente, independente de tempo e espaço, pois o mesmo é atemporal.

Ah, mas não acredito em reencarnação – nem é preciso! Quando trabalho com terapia de vivências passadas não estou querendo saber de que tempo ou espaço vieram memórias tão detalhadas. Me importo sim, com a maneira como elas estão influenciando na vida da pessoa. Se é fantasia, imaginação, cena de um filme que assistimos, de um texto que lemos, nada disto é importante. A questão básica é que estas imagens estão no inconsciente da pessoa, bloqueando um potencial, impedindo-a de viver melhor.

No trabalho, muitas vezes, as cenas que são liberadas pelo inconsciente são cenas de infância, outras são cenas aparentemente imaginárias mas que, quando vamos investigar, elas estão se expressando no nosso cotidiano, ligada a algo do nosso momento atual, veiculada em doenças, formas de se relacionar, padrões de escolhas amorosas ou de atuações profissionais. O caminho, não é crer ou deixar de crer, até mesmo porque não é uma questão de crença, pois as vivências estão aí, independente do nome que se dê a elas. O caminho é perceber o que tem a ver com o momento atual da pessoa, de que maneira pode-se interferir no sentido de liberar o trauma, fechar a questão e doravante, fazer diferente e melhor. Em síntese, mudar o padrão de comportamento, liberar bloqueios, viver bem, pois é para isto que nascemos: para sermos felizes e plenos!

Ao longo de nossa vida, vamos ouvindo tantas coisas e tão repetidas vezes, que passamos a crer nelas. Ficamos como que hipnotizados por elas, sem questioná-las. Aí tornam-se crenças, pois se apoderam de nós. Ex.: homem tem que ser forte, não chora (bem clássica). Qual é a crença? O choro é sinal de fraqueza!

Qualquer trabalho terapêutico destina-se a tirar a pessoa deste estado hipnótico, liberar sua essência, seu equilíbrio, seu poder sobre si mesmo e, consequentemente, interagir melhor, ser mais afetivo, melhor profissionalmente, mais calmo, mais feliz.

Uma outra pergunta muito comum: E se eu não voltar? Voltar de onde, se você não vai a lugar nenhum? A regressão de memória é só uma técnica de investigação da mente, as pessoas não “vão” a algum lugar. Este lugar/tempo (se é que existe), é que vem em sua mente. Porém, mesmo parecendo tão simples, há de se ter bastante cuidado, pois mobiliza muitas emoções reprimidas que devem ser cuidadas adequadamente.

Quantas vezes começamos a lembrar uma cena triste e choramos? O fato já aconteceu, porém a emoção ainda está presente. É isso que revemos na regressão. As emoções, sintomas, fobias e dificuldades estão presentes, porém o fato já passou e, muitas vezes (na memória), aconteceu há muito tempo, tanto tempo que saiu da nossa memória consciente. O que fazemos na regressão traz-se a cena causadora do trauma à tona, resimboliza-se, libera-se a emoção e fecha-se um circuito, pois vem com a emoção negativa, toda a positiva que estava guardada. Entende-se a negativa, deixa-se de temê-la e assume-se a positiva.

Repito, esse trabalho deve ser feito de maneira criteriosa e ética. Se as emoções liberadas não forem elaboradas totalmente, a pessoa poderá ficar em ansiedade, com questões mal resolvidas, permanecendo no mesmo padrão anterior. Estou à disposição para maiores esclarecimentos sobre estas e outras questões referentes à Psicologia.

Regina Célia Dantas Gama
Texto publicado na edição 25 da Revista Vilas Magazine em Fevereiro de 2001.

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